O Banco do Brasil reduziu os juros do financiamento imobiliário com o objetivo de atrair clientes com dívidas mais caras em outras instituições financeiras.

O banco quer estar preparado para ganhar mercado assim que o governo anunciar medidas para facilitar a migração de débitos, a chamada portabilidade de dívida.

No crédito imobiliário, a portabilidade não costuma compensar porque implica gastos adicionais com o registro do imóvel dado como garantia do empréstimo. Esses custos podem chegar a 1% do valor da moradia.

A expectativa é que as novas regras da portabilidade diluam os custos e facilitem a mudança de registro do imóvel, que só precisará de uma averbação no cartório após a mudança de banco.

"Estamos aguardando que seja regulamentada o mais rápido possível. Estamos nos posicionando para isso", disse Alexandre Abreu, vice-presidente do BB.

Simulação feita pelo site Canal do Crédito, a pedido da Folha, mostra que a redução dos juros feita pelo BB já compensa a portabilidade em alguns casos, mesmo pagando os custos com cartório.

Comparação

No caso de um financiamento de R$ 320 mil (80% de um imóvel de R$ 400 mil), em 30 anos, com juros de 11% (11,71% incluindo tarifas e seguros), vale a pena mudar se conseguir taxa de 8,9% (9,71% com tarifas e seguros).

A simulação considerou que a pessoa já pagou três anos de prestações.

Mantido o mesmo prazo, o cliente reduz a prestação de R$ 3.523,73 para R$ 3.081,08 --economia de R$ 71,9 mil ao longo do período. Hoje, esse valor corresponde a R$ 10,4 mil aplicados com juros de 0,6% ao mês durante 27 anos.

Esses R$ 10,4 mil pagam as despesas de R$ 3.950 (1% do imóvel) com registro e tarifas.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO