Essa será a principal proposta que a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), a Confederação Internacional de Construtores e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CBEDS) vão apresentar em evento paralelo da Rio+20, no próximo dia 17.
Para o presidente do Conselho Brasileiro da Construção Sustentável, Marcelo Takaoka, é mais fácil trabalhar com setor que integra as indústrias. Nós construímos as cidades com base na atuação das outras áreas. Podemos melhorar a eficiência de consumo de energia em até 30%. Outros países até mais, porque consomem energia em aquecimento. A construção tem participação muito relevante no desenvolvimento sustentável, diz.
Paulo Safady, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, destaca algumas das atrações do evento. Vamos trazer um arquiteto que está fazendo um projeto exemplar em Masdar, na Arábia Saudita. É um caso exemplar que ele vai nos mostrar provando que é possível montar uma cidade sustentável. Também vamos levar à ONU um documento final com uma proposta ousada, de formação de um grupo mundial sob coordenação da organização. A ONU então deve desenhar os conceitos, indicadores e metas para um projeto de construção sustentável no mundo. Ao fim dessa etapa faremos cronograma para aplicar isso mundo afora, diz.
De acordo com Safady, o setor precisa mudar a impressão de que é um grande poluidor. O setor mostra que é depredador da natureza, emissor de gases, desperdiça materiais. Precisamos combater isso e para isso temos que mexer na construção no mundo todo, diz.
O grupo de trabalho irá atuar em diversas áreas como energia, água, emissão de gases, redução sistemática de materiais naturais.
De acordo com o presidente da CBIC, as empresas do setor estão alinhadas com o projeto. O projeto de construção sustentável que a CBIC mostrou teve a participação de todos os setores. Cada um com código de obra, tributação, entrosamento entre setor, ciência e academia. Inovação é a palavra de ordem, afirma.
Para Safady, as grandes empresas já apresentam nos seus projetos comerciais um desempenho satisfatório em relação à sustentabilidade. São empresas que têm capital para desenvolver isso. Essas grandes obras já têm conceitos avançadas sobre isso.
Apesar disso, o percentual de obras tocadas pelas grandes empresas é muito pequeno. A maior parte é desenvolvida por pequenas e médias. Essas, mesmo tendo avançado nos últimos anos em seus processos de construção, ainda estão distantes do ideal.
O desafio é atingir as pequenas e médias, que são 170 mil espalhadas pelo Brasil, afirma.
Marcelo Takaoka lembra que não adianta haver ações isoladas de construção sustentável. Para ele, é necessário haver um trabalho mais amplo, envolvendo as cidades como um todo. Recomendamos que o prédio faça seu próprio tratamento de água e esgoto. Mas se trabalharmos em bairro e cidade podemos melhorar isso. Não adianta só o prédio. Tem que ser espaço urbano e toda a infraestrutura da cidade, defende. (Valor Econômico)